Por passarem desapercebidos, vidros são especificados como solução estética e funcional há pouco mais de 30 anos.
Dentre os principais tipos disponíveis no mercado estão os lisos, os temperados e os laminados. Eles são a base também de materiais que se conhece por outros nomes, como o vidro duplo, feito com duas camadas de vidro liso. E cada modelo tem uma função diferente, sendo que, em alguns casos, não é nem o cliente que escolhe qual tipo usar.
É o caso do vidro usado em vitrines e portas de estabelecimentos comerciais, que por lei devem ser do tipo temperado. “O vidro temperado tem mais resistência mecânica e térmica, graças ao processo de têmpera [tratamento térmico]”, explica Juliano Pilati, técnico comercial da fabricante Personal Glass, fabricante com sede em SC e no RS.
Muito utilizado em tetos e coberturas, o vidro temperado, ainda que se estilhace em pequenos cacos, requer películas de segurança para em caso de quebra manter compactado os fragmentos, evitando um verdadeiro banho de vidro aos que estiverem embaixo.
O temperado também é muito difundido para aplicações em tampos de mesa, prateleiras, janelas e portas de correr. Mas Pilati lembra que, uma vez temperado, o vidro não pode mais sofrer cortes ou perfurações – como as usadas para encaixa de roldanas e puxadores. Isso significa que, depois de encomendado, não pode sofrer alterações.
Laminados
Também utilizado para peças e locais que requerem mais resistência e segurança, tem-se o vidro laminado. Feito a partir da combinação de dois ou mais vidros com uso de resina, PVB ou EVA, ele mantém os pedaços unidos quando se quebra, o que impede que cacos e partes machuquem as pessoas.
Por essa característica, é usado em para-brisas de carros e em sacadas – sendo obrigatório por lei nestes casos -, além de servirem de base para os vidros blindados.
Os vidros laminado e temperado também podem ser combinados, principalmente, utilização em pisos e escadas.
Na decoração
Quando o objetivo é estético, e não de segurança, pode-se optar pelo vidro comum, nas opções de cores azul, bronze, cinza (fumê), incolor e verde – embora nem todas elas estejam disponíveis em todas as espessuras, alerta Pilati.
Ele lembra que, além dos tons, também se pode imprimir relevo aos vidros, os chamados vidros impressos ou fantasia, desde os tradicionais canelado e martelado, até pinturas personalizadas – feitas com rolos compressores em alta temperatura ou com pistolas. Esta última técnica foi a usada no tampo da mesa abaixo, e pode ser aplicada também a vidros temperados e laminados, “além de permitir escolher qualquer cor”, completa Pilati.
Vidros de controle solar
Os vidros de baixa emissividade são um dos mais utilizados para o controle térmico, pois rebate a incidência solar e diminui o aquecimento na parte interna da construção. A consequência é a menor necessidade de climatização por ar-condicionado e de iluminação artificial, por exemplo, e a redução do consumo de energia.
Aqui também há uma gama de cores à disposição, e é possível, também, combinar espessuras por laminação ou com vidros termo-acústicos, adequando o material à característica geoclimática de cada lugar.
Outra opção para o isolamento térmico é o vidro duplo, o que da mesma forma que o laminado é composto por mais de uma placa de vidro. “É mais utilizado quando o objetivo é isolar dois ambientes contíguos diferentes”, cita Pilati. E, embora talvez um leigo não identifique, é um tipo comum, presente por exemplo em portas de refrigeradores de restaurantes e supermercados, por ajudarem a manter a temperatura e ao mesmo tempo permitir visualizar o conteúdo que há dentro, sem necessidade de abrir a porta – e com consequente economia de energia.
Acústicos
Também na lista dos compostos por mais de uma lâmina de vidros, pode-se citar os modelos acústicos, que diminuem a passagem de ruído do ambiente externo para o interno, ou de um cômodo a outro da mesma construção. As duas (ou mais) chapas têm um espaço entre si, preenchido de gás, e que ajuda no isolamento. Mas quais lâminas serão usadas é uma pergunta que depende de outros fatores, e de fato tem uma resposta que comporta uma série de combinações.
“A atenuação acústica é o segmento de maior complexidade no ramo de vidros especiais, porque não depende apenas do vidro em si ou da composição dele para se atingir a atenuação desejada, a freqüência sonora do ruído, o tamanho do espaço e dos próprios vidros, bem como a temperatura dos ambientes que se que isolar interferem no resultado”, alerta Pilati.
Fonte: revista pense imoveis